segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Material e Acústica

A importância do material correto para uso em construções ou ambientes vai além da decoração. Materiais inadequados podem elevar o nível de ruído em locais, provocando um desconforto acústico. Confira as sugestões que a Anima Acústica apresenta sobre o tema.

Revestimentos inadequados, como o excesso de pisos cerâmicos em uma residência, podem tornar ambientes excessivamente ruidoso, provocando o desconforto acústico. Mas a boa notícia é que, atualmente, existem acabamentos porosos ou fibrosos ideais para a absorção de sons com alto desempenho acústico.

Segundo Vitor Litwinczik, doutor em Vibrações e Acústica, membro da Sociedade Brasileira de Acústica (Sobrac) e diretor da Anima Acústica, o arrastar de cadeiras, o excesso de volume da TV, o bater de portas e até mesmo o tom de voz pode se tornar algo muito desagradável no cotidiano. “A absorção sonora é a capacidade que os materiais têm de converter parte do som incidente sobre eles em calor, enquanto a outra parte ou é refletida de volta para o ambiente. Para que isso aconteça, o som deve penetrar no material, por isso que os materiais porosos (espumas) e fibrosos (lãs minerais, tecidos, fibras naturais) possuem melhor desempenho acústico, quando se fala em absorção sonora”, explica.

Para tratar acusticamente um ambiente, não apenas residencial, mas também restaurantes, salas de aula, indústrias e outros, é importante utilizar materiais de revestimentos que auxiliam na boa condição de audibilidade, ou seja, pisos, paredes e tetos, por isso a necessidade de orientação de profissionais especializados no assunto.

De acordo com Vítor, a ideia, quando se pensa em tratamento acústico, é avaliar alguns elementos básicos entre eles: a localização e situação do imóvel; a planta baixa e cortes; a utilização do imóvel; os níveis de ruído aceitáveis estabelecidos por normas; os níveis de ruído do entorno e interno quando em funcionamento; e, por fim, as especificações técnicas dos materiais a serem empregados na sua construção, e alguns detalhes do mobiliário e elementos de decoração.

Fonte:http://animacustica.com.br/home/noticias/42-noticias-anima/200-material-e-acustica

domingo, 22 de agosto de 2010

Vagas de trabalho para arquitetos

A Força Aérea Brasileira (FAB) e o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (CREA-PR) abriram inscrições para concursos públicos.

Na Força Aérea, há duas vagas: uma para São José dos Campos (SP) e outra para Brasília. Os candidatos devem ser formados em arquitetura e ter no máximo 42 anos completos até o dia 31 de dezembro de 2011. O candidato é avaliado através de um exame de escolaridade (gramática e interpretação de texto) e conhecimentos especializados, inspeção de saúde, exame de aptidão psicológica e avaliação do condicionamento físico.

A prova escrita será realizada no dia 21 de novembro nas seguintes cidades:

Belém
Belo Horizonte
Brasília
Boa Vista
Campo Grande
Canoas
Curitiba
Florianópolis
Natal
Rio de Janeiro
Salvador
São Paulo

Após ser aprovado em todas as etapas, o candidato fará um estágio de 13 semanas no Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (Ciaar), em Belo Horizonte, com início previsto para 30 de maio de 2011. Após conclusão do treinamento, será nomeado segundo-tenente, sendo designado a servir em Organização Militar da localidade escolhida no ato da inscrição e deverá servir por um período mínimo de dois anos e no máximo 8 anos.

As inscrições devem ser realizadas até 23 de setembro no site da Ciaar. O valor da taxa é de 100 reais.

As vagas oferecidas pelo CREA-PR são para cadastro de reserva nas áreas de Analista Técnico, Agente de Fiscalização II e Assessor Técnico. Para se candidatar, é preciso ter nível superior completo em Arquitetura ou Engenharia Civil. Os inscritos passarão por uma prova objetiva, prevista para o dia 26 de setembro. As inscrições devem ser feitas até 13 de setembro através do site da Fundatec sob pagamento da taxa de R$ 60.

As provas serão realizadas em:

Apucarana
Cascavel
Curitiba
Londrina
Maringá
Pato Branco
Ponta Grossa

Fonte: http://www.portaldoarquiteto.com/destaques/notas/4444-vagas-de-trabalho-para-arquitetos

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Mais por menos. Morar Mais 2010

Publicado em 16 de agosto de 2010 por bmiranda

Para quem pretende ficar por dentro das mais novas tendências de decoração de ambientes já tem compromisso marcado. É que a partir do dia 18 de agosto, Belo Horizonte vai ser sede da 4ª edição do Morar Mais. Evento que já é considerado uma das grandes referencias para quem gosta do universo da arquitetura.

Este ano a proposta da mostra é bem diferente. Começando pelo local escolhido para expor os 64 ambientes, de autoria dos 100 decoradores e arquitetos mineiros. As instalações da antiga Maternidade Hilda Brandão. As instalações do hospital lembram verdadeiros palácios com grandes corredores e janelas com a proporção de portas. Sem mencionar a fachada que foi reformada para receber o Morar Mais.

Este ano, o Morar Mais pretende mostrar que não é preciso comprar peças caríssimas para reproduzir determinados ambientes na sua residência. Resto de madeiras e ferragens, caixotes, borracha de pneu e peças de ferro velho. Todos estes materiais podem ser adaptados para determinados ambientes.

A 4ª edição do Morar Mais acontece de 18 de agosto a 3 de outubro, na antiga Maternidade Hilda Brandão, que fica na rua Álvares Maciel, s/ Número, no bairro Santa Efigênia. O horário de funcionamento é de quarta a sexta de 10 às 22 horas, Sábado 13 às 22 e aos domingos das 13 às 20 horas. Vale a pena conferir!

Para mais informações acesse o site do evento www.morarmais.com.br.

Vejam o mapa do evento:



Fonte: http://hojeemdia.net.br/classiblog/?p=131

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

USP busca propostas para revitalizar centros urbanos

O que fazer para revitalizar uma área urbana como o centro de São Paulo, que mesmo possuindo serviços de transporte público, infra-estrutura de comércio, boa localização e diversas opções de lazer tem sido abandonada pela população? É esse dilema que pesquisadores do Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiência Energética (Labaut) da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP querem solucionar.

Um estudo tem sido produzido por grupo de 35 estudantes, professores e pesquisadores para avaliar métodos capazes de revigorar as regiões centrais das cidades que tem se transformado em exemplo de degradação urbana e abandono.

"Nas maiores cidades do mundo, a área central é a mais cara, mais valorizada, a que todos querem morar. Nós estamos na contramão", disse à USP Online a professora Roberta Mülfarth, integrante do estudo.

A pesquisa teve início em 2008 a partir do convite da London School of Economics (LSE) para participar de um evento com foco no fomento a inovações em urbanismo, o Urban Age. Assim, o grupo decidiu escolher a região da Luz, já que ela era alvo de planos de revitalização da prefeitura, e fizeram um trabalho de desenho urbano, com diminuição de impactos ambientais na região.

"Agora, conseguimos um financiamento da Capes Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e temos cinco anos para detalhar mais o projeto", contou Roberta.

Abandono
A pesquisadora aponta a baixa densidade demográfica da região como uma das maiores evidências da sua degradação. O último censo apontou uma queda de quase 28% no número de residentes no Centro Velho (que compreende os distritos Sé e República) entre os anos de 1980 e 2000, enquanto que o número de moradores na cidade cresceu 23%.

Outro fato chocante é relativo à situação das construções da região. Um estudo, também da FAU, estima que no centro da capital paulista haja cerca de 350 prédios subutilizados e 68 abandonados.

Para os pesquisadores, a solução para o abandono do centro urbano passa pela restauração desses locais. "Eles os prédios têm potencial, não têm problema estrutural, por que não reformar?", questiona a arquiteta, que acredita que com isso é possível fazer com que as pessoas voltem a viver nos centros, com qualidade de vida e gerando menos impactos ambientais.

No estudo, a área da Luz foi analisada e, respeitadas as limitações (como edifícios tombados, por exemplo), são propostas diferentes possibilidades de projeto. Cada uma é examinada segundo critérios como impacto no trânsito, geração de energia, acessibilidade, poluição sonora, qualidade do ar, conforto externo, entre outros.

Segundo os pesquisadores, é possível revitalizar o centro e alcançar benefícios como reverter a degradação de um lugar historicamente importante, evitar o espalhamento da cidade e, consequentemente, reduzir demandas de infra-estrutura de esgoto, transporte e moradia que já estão prontas nas regiões centrais e são subutilizadas.

"Por que cada vez espalhar mais a cidade e criar uma logística absurda, com pessoas morando na periferia e tendo que acordar três horas da amanhã para pegar o ônibus, o metrô?", conclui a docente.

Fonte: Portal Terra com informações da USP.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Quase tudo para a Casa Cor Minas 2010

Profissionais trabalham a toque de caixa para mostrar ambientes impecáveis na maior vitrine de decoração e arquitetura do Estado

Contagem regressiva para a realização da Casa Cor Minas Gerais 2010, que será realizada entre os dias 24 de agosto e 05 de outubro, no Edifício ArcellorMittal, na Avenida João Pinheiro, 580, bem próximo à Praça da Liberdade.

Arquitetos, designers de interiores, decoradores e paisagistas já estão a todo vapor finalizando os últimos detalhes dos ambientes e prometem trazer o que há de mais inovador e sofisticado no segmento de móveis, revestimentos, pisos e decoração em geral.

Este ano, o foco principal do evento foi a questão da sustentabilidade, com o uso de materiais naturais e ecologicamente corretos, sob o tema “Sua casa, sua vida, mais sustentável e feliz”.
Confira os ambientes que estarão presentes na Casa Cor Minas, com os respectivos profissionais responsáveis. Inclusive, alguns deles já possuem perspectivas e informações gerais. Se precisar, é só solicitar.


1- Café e Fumoir - Eduardo Begiato e Edwiges Leal

2 - Quarto Adolescente - Fabíola Constantino Ferreira e Rosângela Coelho Brandão

3 - Home da Família - Ana Paula Paolinelli

4 - Quarto da Jovem Design - Danielli Bellini e Luis Gustavo Bellini

5 - Sala de Estudo do Ator - Juliana Cavalcante e Natacha Nascif

6 - Quarto da Princesinha - Izabela Dinelli

7 - Sala de Almoço – Laís Albergaria

8 - Loft do Chef - Márcia Carvalhaes

9 - Bar - Sílvio Todeschi, Bruno Campos e Marcelo Fontes

10 - Restaurante - Mariana Correa

11 - Lobby - Leonardo Diniz

12 - Bilheteria - Flaviane Pereira e Ivia Maia

13 - Banho do Jovem - Sandra Gonçalves e Janaina Bomtempo

14 - Quarto do Jovem Empreendedor - Renata Basques

15 - Living - Vera Campos e Laura Campos

16 - Quarto do Casal - Estela Neto

17 - Quarto dos Netos - Iara Santos

18 - Sala de chá - Marcia Mundim e Melina Mundim

19 - Hall das Lembranças - Valéria Alves da Silva

20 - Foyer - Fred Mafra

21 - Auditório ArcelorMittal - Flávia Badaró / Viviane Veloso

22 – Espaço Globo - Luis Gustavo V. de Almeida e João Lucas Pontes Gomes

23 - Escritório de Segurança - Fátima Couto

24 - Games - Edwiges Cavalieri

25 - Estar do Jovem - Tânia Maria Freitas Santos

26 - Cozinha e Sala para Amigos - Adriana Diniz

27 - Sala de Jantar e Circulação - Patrícia Bomfá

28 - Banheiro Feminino - Fumec

29 - Banheiro Masculino - Fumec

30 - Galeria - Ana Carolina Matos

31 - Escada - Hospital da Baleia

32 - Cozinha Alternativa - Alexandre Rodrigues da Costa

33 - Quarto do Bebê - Jane Cabral e Sônia Melo

34 - Banho do Casal e Closet - Cristina Morethson e Ãngelo Nunes Coelho

35 – Estar Íntimo - Thais Donato e Silvia Martins da Costa

36 - Home Office - Sheila Mundim

37 - Coffee Bar - Luciana Catão

38 - Jardim do Café - Marcio Augusto Ferreira e Marilu Drummond

39 - Lounge do Café - Flavia Zambelli

40 - Sala de Degustação - Cioli Cassius Stancioli

41 - Camarim - Marina Dubal e Wemerson Castro

42 - Sala de TV - Rodrigo Aguiar

43 - Sala de Jantar - Myrna Porcaro

44 - Lounge Gourmet - Christine Boerger e Teia Moretzshon

45 - Quarto da Charlotte - Ana Lúcia Rodarte

46 - Sala de Banho - Dênia Diniz

47 - Estar da Mulher - Christianne Taranto

48 - Home Cinema - Flávia Roscoe

49 - Banheiro Feminino - Fumec

50 - Banheiro Masculino - Fumec

51 - Loft 500 - Pedro Lazaro

52 - Loft 55 - Zilda Santiago e Anamaria Diniz

53 - Lounge - Beatriz Siqueira

54 - Loft do Bon Vivant – Gláucia Britto

55 - Atelier Gastronômico - Junior Piacesi

56 - Jantar íntimo - Nara Cunha

57 - Praça Arcelor Mittal - Carla e Marina Pimentel

58 - Banheiro do Restaurante - Fumec

59 - Loja Casa Cor - Eduardo e Paulo Augusto

60 - Jardim de Fachada – a definir

61 – Estar da Mulher – Christianne Taranto

CASA COR MINAS GERAIS
Local: Avenida João Pinheiro, 580 - antiga sede da ArcelorMittal.
Período: 24 de agosto a 05 de outubro
Horário: De terça a sexta: 14h00 às 22h00
Sábado: 13h00 às 22h00 / Domingo: 12h00 às 19h00

Fonte: http://www.arquitetura.com.br/noticias/noticia.php?idNot=1812

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

PL que cria Conselho de Arquitetura e Urbanismo será votado hoje


O Projeto de Lei 4.413/2008, que cria o Conselho de Arquitetura e Urbanismo, foi aprovado por unanimidade na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público - CTASP e na Comissão de Finanças e Tributação – CFT. Agora o PL está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados, e pautado para ser votado hoje. Se aprovado, o PL passará então pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado e para a sanção presidencial.
IAB-RJ está a frente de uma campanha que solicita aos Arquitetos(as) e Urbanistas que se manifestem atendendo ao apelo do Colégio Brasileiro de Arquitetos e Urbanistas, e se mobilizem em defesa da criação do CAU, solicitando celeridade na aprovação do PL 4.413/2008. Preencha o Manifesto de apoio à aprovação do PL 4413/2008 para comprovar sua participação. Entre no site: http://www.sarj.org.br/manifesto.

Fonte:http://www.portaldoarquiteto.com/destaques/arquitetura/4400-pl-que-cria-conselho-de-arquitetura-e-urbanismo-sera-votado-amanha

CASA COR MINAS GERAIS 2010

Este mês começa uma das maiores mostra de decoração do estado CASA COR 2010. Um evento que vale uma visita, pois mostra projetos de grandes nomes da arquitetura e interiores do estado, que trazem em seus projetos novidades do setor. O evento este ano acontece do entre os dias 24 de Agosto a 05 de Outubro e contará também com o SPECIAL SALE 04 e 05 de Outubro. O local do evento será Av. João Pinheiro, 580 - Bairro Lourdes - Belo Horizonte - MG. Quem estiver em Belo Horizonte entre esses dias não deixe de conferir.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Se atualizar não é preciso, é necessário.

Muitos dizem que o BIM é um divisor de águas, um salto tecnológico. Eles não estão errados, porém, o BIM também é um novo paradigma no modo projectual e construtivo de edificações assim como o CAD fôra um dia. Sair do papel e ir para frente do computador era e é até hoje para alguns arquitetos um verdadeiro tormento, pois segundo eles mesmos esses programas limitam a criatividade e a liberdade na hora de projetar. Será que eles estão errados?

Nas últimas décadas, os computadores começaram a ser utilizados em quase todas as fases do processo projectual em arquitetura, tornando-nos extremamente dependentes dos sistemas CAD. Contudo, a influência do uso desses programas nas fases iniciais do projeto, em especial na arquitetura, ainda é muito pequena. A grande maioria dos arquitetos continua utilizando métodos tradicionais para a geração da forma, partindo em geral de fluxogramas e utilizando o computador simplesmente como suporte, sem aproveitar seu grande potencial para a realização de tarefas repetitivas na geração de alternativas.

Os novos sistemas de CAD paramétricos prometem revolucionar essa fase do trabalho, mas obrigam o arquiteto a se adaptar aos métodos e metáforas escolhidos por seus programadores, limitando de certa forma sua liberdade de criação.

Essa resistência em adotar o “novo” se deve muito às nossas escolas e aos nossos cotidianos, na época de nossos pais, digo nossos pais, pois tenho somente 28 anos. Nesta época tudo era muito presencial e físico, não existiam computadores no cotidiano deles e muito menos MSN, Orkut ou algo do gênero. Videogame então nem pensar. O máximo de botões que conheciam era o de ligar e desligar a televisão e o radio, tudo tinha de ser presencial até mesmo na faculdade onde para se entrar no curso de Arquitetura e Urbanismo era necessário passar pelo teste de aptidão, pois tudo era feito na prancheta, com régua T ou paralela, esquadros e transferidores e tudo desenhado a nanquim . Ter um bom traço e destreza nas mãos era pré-requisito básico, pois se borrasse ou errasse era necessário uma gilete para apagar o erro. Quanto às maquetes, essas sim eram um “show”. Feitas com papel Paraná e madeira balsa, elas não se assemelhavam em nada com as maquetes em 3D com render foto realístico que levam algumas horas para serem feitas. O render era feito com pinceis atômicos com diversos tipos de ponta e até aerógrafos eram utilizados. Para ser um arquiteto era pré-requisito ser um artista. Naquela época também existiam aparatos que hoje muitos estudantes de arquitetura sequer conhecem como normógrafos, transfer, réguas de cálculo, réguas de texto, etc.

Hoje em dia tudo é muito mais fácil. A minha geração que chamo de “Geração 486”, foi criada a base de Windows 3.1 e 95, das quais as brincadeiras favoritas eram jogar no Atari ou Máster System, entre outros. Nós já fazíamos os trabalhos escolares através de “Ctrl+C e Ctrl+V” no Word, fazíamos as apresentações de trabalhos no PowerPoint com a utilização de recursos multimídia, ou seja, nada de cartolina, desenho à mão ou cola e purpurina. A minha geração viu a internet nascer. Ela já se comunicava sem a necessidade da presença física através de teletexto ou ICQ. Nós da “Geração 486” já nascemos envoltos na tecnologia e informação, tornando o processo de adaptação muito mais fácil.

A tecnologia evolui a cada instante e hoje está presente em nossos cotidianos, inclusive nas escolas e universidades, a ponto dos alunos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo hoje em dia terem aula de CAD - Computer Aided Design ou desenho auxiliado por computador, pelo menos é o que se pretende ser. Porém, é ai que nasce o problema! Muito desses professores que ensinam hoje nas universidades e faculdades, sejam elas públicas ou privadas, também tem certa relutância em se atualizar já que é obrigatória a confecção e idealização dos projetos da mesma forma que se fazia antigamente, com as mesmas técnicas e processos projectuais, sendo que muitas delas não condizem com a realidade do mercado.

Além disso, muitos dos que ensinam outras disciplinas tão importantes quanto CAD nem sequer sabem desenhar nessa ferramenta, muito menos concebem seus projetos nela e ainda degradam a importância dessa matéria para o futuro desses jovens arquitetos. Parece brincadeira, mais não é, pois em decorrência da necessidade do mercado de redução de custos e rapidez na busca de informações, os programas paramétricos são essenciais porque são capazes de reduzir o tempo de concepção e planejamento dos projetos, a quantidade de erros, além de simularem em tempo real e georeferenciado os ventos, cargas térmicas, análise de estruturas e compatibilização de projetos através do sistema BIM, olha ele ai! Building Information Model ou Modelo de Informação da Edificação. Porém, os profissionais da área de educação não atentaram para isso e muitos nem sequer conhecem esses recursos. Além disso, as aulas de CAD deveriam ser literalmente aulas de projeto auxiliado por computador utilizando estas ferramentas para estudar e conceber projetos.

O resultado é a falta de profissionais qualificados no mercado para trabalhar com estes tipos de ferramentas, a falta de escritórios preparados para implantar essas ferramentas e futuramente a perda de mercado para aqueles que não se atualizarem, pois cada vez mais os clientes exigem agilidade na elaboração dos projetos. E agora com a questão da sustentabilidade, especificidade e compatibilização a coisa vai mais além já que estes programas trazem através do sistema BIM e paramétrico um mundo de informações sobre cada elemento que será usado na execução da obra, desde a especificação de uma simples torneira até a quantidade, preço e o tipo de ferro que será utilizado em um pilar com o mapa das ferragens e o cálculo de esforço das vigas sendo visualizada em um mapa térmico. Para se ter uma idéia já está sendo estudada a possibilidade de prever a vida útil de um prédio incluindo a dilatação e a contração das fachadas no decorrer dos anos.

Ao utilizar esses programas podemos resolver diversos problemas através de simulações de carga térmica, ventilação, carga da estrutura, entre outros problemas corriqueiros que só veremos na execução da obra como é de praxe em diversos estados do Brasil. Planejar não é perda de tempo, muito pelo contrário, e isso só é percebido quando começa a doer no bolso.

Depois desse longo parênteses a respeito da dificuldade de adaptação dos profissionais às novas tecnologias que estão surgindo voltemos ao BIM e suas inumeráveis vantagens.

Desmistificando o BIM.

1º Como dito anteriormente, o BIM é um sistema e não um programa.

2º Para usufruir do sistema BIM basta utilizar um programa compatível com ele, geralmente paramétrico.

3º O BIM é parecido com um bloco atributado do AUTOCAD. Nele são colocadas informações de diversas naturezas como peso, preço, dimensões, fornecedores, tipo, descrição, e o que mais for necessário incluindo, é claro, o desenho ou protótipo já que por ser feito em um programa paramétrico ele é um modelo em escala real do objeto. Além disso, essas informações ficam armazenadas no arquivo como um banco de dados e podem ser acessadas e alteradas a qualquer momento. Até ai tudo bem, pois não é novidade. Porém, o sistema BIM universaliza estas informações, ou seja, estas informações podem ser abertas e alteradas em qualquer programa que utilize este sistema sem nenhum problema. Tome como exemplo a compatibilização e orçamento de um projeto. Eles terão como base o projeto arquitetônico que será modelado em um programa paramétrico seja ele REVIT, ARQCHICAD ou BENTLEI. Os projetistas complementares farão seus projetos nos programas específicos, desde que utilizem o sistema BIM. Depois de feito os projetos complementares as informações geradas por eles serão inseridas em um dos softwares descritos acima para a compatibilização com a arquitetura e estrutura. É ai que surge a mágica: todos os projetos são mostrados ao mesmo tempo em 3D e 2D pelo software paramétrico que lhe informou quais são os problemas e as incompatibilidades que ocorreram no projeto. Averiguadas e solucionadas as incompatibilidades, o modelo BIM da obra está feito e a equipe de orçamento e execução estará pronta para orçar e construir o edifício de forma rápida e fácil, pois com estas informações será possível pegar, por exemplo, a metragem linear e quadrada de todas as paredes do pavimento tipo até a cobertura com apenas um clique, além de saber e checar quantos metros cúbicos de concreto será necessário para a execução da laje e o custo dela com todas as DD e DI’s. Será possível também simular a execução e estimar quanto tempo será necessário para sua construção ou ainda planejar e simular como vai se comportar o seu canteiro de obra a ponto de saber quanto tempo uma grua vai ficar em um determinado lugar ou onde o barracão se deslocará ou será desmontado no decorrer da obra.

4º Há vantagens para os arquitetos em utilizar esse sistema? Sim, pois será necessária a utilização de um programa paramétrico como os já citados acima e isso vai fazer com que o seu tempo de concepção dos projetos caia drasticamente desde o estudo até o detalhamento. Nos programas paramétricos é possível a confecção de projetos em grupo, não sendo necessário disponibilizar mais do que uma ou duas pessoas para projetar um prédio com apenas uma torre de pavimento tipo semelhante. Lógico que isso pode variar de acordo com a complexibilidade do projeto, mas os cortes, fachadas e detalhamentos são praticamente automáticos quando o projeto é bem modelado. Quanto ao memorial descritivo e especificações, bom elas já estarão prontas assim como o mapa de esquadrias, pois os modelos de blocos ou famílias já conterão todas as informações necessárias. Além disso, as áreas dos pavimentos poderão ser inseridas nas pranchas automaticamente como outras informações se necessário. E mais: é possível também fazer a simulação do insolejamento e da ventilação desde o estudo até o executivo sem problema algum. É possível também ter as cargas térmicas exatas para serem passadas para os projetistas de ar condicionado, esquadria e sustentabilidade e tudo isso em um só programa. E isso porque não citei nem 5% do que estes softwares podem fazer.

5º Quanto ao custo e ao tempo de implementação? Bom, isso é um problema, pois estes softwares não são muito baratos, variam de 2 a 20 mil reais. Também são necessárias máquinas de peso com processadores de Core 2 Duo para cima com um clock alto. Aconselho de 3 para cima com no mínimo 6 Mb de Cache L3 de 1000 Mhz para cima. Quanto à memória aconselho de 8Gb DDR3 para cima e placa de vídeo de preferência de boa marca, ou seja, NVIDIA ou ASUS de no mínimo 500Mb. Compre máquinas fechadas, ou seja, de marcas de peso como DELL, APPLE, ASUS e ALIENWARE, de preferência serie “Gamers” pois tem as configurações mais robustas. Não poupe na hora de estender a garantia pois, com um investimento destes não se brinca. Quanto à implementação, posso dizer que no começo o ritmo de trabalho será mais lento, pois, os usuários do sistema estarão se adaptando as novas rotinas de trabalho. Será necessária a criação de uma biblioteca de blocos ou famílias além da personalização dos carimbos e símbolos presentes nas plantas. Porém, posteriormente com o uso continuo e a prática, a concepção de seus projetos serão infinitamente mais rápidos do que quando você fazia em CAD e a sua produção com certeza será mais eficiente e menos susceptível a erros, portanto mais produtiva e rentável. Por fim, concluo dizendo que se atualizar não é preciso, é mais do que necessário.

Frank Caramelo
Arquiteto, Designer e Gerente de TI da CARAMELO ARQUITETOS ASSOCIADOS LTDA.

Mais informações nos sites:
caramelo.com.br
frankcaramelo.com.br
twitter.com/frankcaramelo

Qualquer dúvida, crítica ou sugestão envie um e-mail para:
contato@frankcaramelo.com.br

Livros sugeridos para se entender melhor os programas paramétricos o BIM e o Desenho Auxiliado por Computador:
A lógica da Arquitetura, Mitchell, Willian J./UNICAMP
Autodesk Revit Building, Garcia, José/FCA
Explicações, Tutoriais e exemplos do BIM/ AUTODESK, http://vai.la/GJm
BIM para Projetos Sustentáveis/ AUTODESK, http://vai.la/GJk

Sites sobre o assunto:

Blocos e famílias em sistema BIM - http://seek.autodesk.com/
Software Archicad - http://www.graphisoft.com/
Software Revit - http://vai.la/GJE
Software Bentley MicroStation - http://www.bentley.com/pt-BR

Relação arquiteto e cliente

Um jogo de xadrez deveras complicado!

Navegando na internet, fiquei sabendo pelo Wikipédia que na sociedade da Roma Antiga cliente (do latim cliens) era um plebeu associado a um patrono benfeitor (patronus, um predecessor de padrinho, patrão). Atualmente, o cliente tem outro papel. É uma pessoa (física ou jurídica) com acesso a várias opções de produtos ou serviços que participa de todo o processo de produção, desde a sua concepção até o seu consumo, e cuja aceitação do produto ou serviço garante a sobrevivência de quem os fornece. No mesmo site, digitei então "arquiteto" e saiu algo assim: a palavra vem do grego arkhitektôn, que significa "o construtor principal". A partir daí, fiquei divagando sobre a complexa relação cliente-arquiteto e considerei que o tema merecia uma reflexão.

Fiz uma analogia com o jogo de xadrez. As peças estão no tabuleiro. O profissional (no caso, o arquiteto) foi contratado, e a concepção do projeto (do arquiteto ou do cliente?) terá início. E depois acontecerá a execução da obra (muitas vezes, obra da vida do cliente). E as regras? Bem, as regras nem sempre estão tão bem definidas quanto no xadrez.

Em meus anos de trabalho deparei com muitos comportamentos diferentes nesse assunto. Acredito que o cliente deva participar expondo fielmente suas necessidades - expressas muitas vezes de forma subjacente, quando ele relata sua cultura, seu modo de vida, seus sonhos e planos; enquanto o arquiteto, o profissional qualificado e experiente, trabalhará arduamente para atender, surpreender e superar tais expectativas, por meio da correta compreensão do que o cliente pretende de fato. Se agir francamente, com diálogo aberto e próximo, muitos dos possíveis problemas poderão ser resolvidos antes mesmo de ocorrerem.

Empatia é uma das melhores táticas. Rei e rainha, lado a lado, respeitando a função e participação um do outro. Como líder estrategista, o arquiteto deverá fazer com que o jogo aconteça, por meio de movimentos precisamente calculados. E o cliente, participando das decisões e sendo atendido em seus pedidos, inevitavelmente sairá satisfeito. A liberdade de criação e uma linha de trabalho contínua (de um lado) e o compromisso (de outro) são fundamentais para o sucesso do trabalho desenvolvido.

Em minha opinião, o arquiteto tipo torre, que só vê o que está a sua frente, atrás de si ou nas suas laterais, desconsiderando a visão macro do cliente, suas reivindicações e seus sentimentos, perde muito. Perde detalhes. Perde inspiração. Pode perder o cliente. Tal profissional se esquece de que será ele (o cliente) o futuro usuário do espaço. Afinal, os ideais de quem estão ali? Este tipo assemelha-se muito ao arquiteto-bispo, que no xadrez, ao executar seus movimentos, não podendo "pular" sobre nenhuma peça em seu caminho, "tira da jogada" tais impedimentos, desconsiderando os desejos alheios... Este tipo está fora de moda, está "out" como dizem os adolescentes.

Também não posso concordar com o arquiteto-peão, aquele que só dá um passinho de cada vez, sempre temendo o olhar atento (e muitas vezes até amedrontado) de seu cliente. É preciso haver confiança mútua para o desenvolvimento e plena conclusão do projeto e execução da obra! Por analogia, cito aqui também os movimentos do cavalo, que emperra diante de situações não previstas. É preciso muito domínio desse jogo, para, com criatividade, superar todos os obstáculos!

No jogo-obra as adversidades devem se restringir aos prazos de entrega contra o cronograma apertado, as altas da inflação versus orçamento já aprovado, a falta de materiais no mercado, o eventual mau tempo, a doença do colaborador. No tabuleiro da obra, o arquiteto protege o cliente dos ataques externos, coloca-se ao seu lado, com toda a sua equipe, trabalhando arduamente por um mesmo ideal: a proteção do cliente diante das intempéries e sua plena satisfação ao final.

No xadrez, um jogador pode desistir a qualquer momento, o que provoca sua ruína. Em obras não pode haver desistências, pois isso implicaria derrota para todos! Na relação cliente-arquiteto, a partida é ganha quando o profissional entrega as chaves e, nessa hora, recebe um afetuoso aperto de mão e um sorriso feliz!

Por Fábio Rocha - Diplomado pela tradicional Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Fabio Rocha atua desde 1993 em Arquitetura & Interiores. Cursos variados, relacionados às novas técnicas construtivas, materiais de acabamento, luminotécnica, decoração, feng shui, gerenciamento de obras, entre outros, o mantêm integrado às evoluções mercadológicas.

Fonte: http://www.portaldoarquiteto.com/blog/outros/2291-relacao-arquiteto-e-cliente

A Morte do papel




Qualquer professor de projeto sabe que atualmente, ao entrar numa sala de aula pedindo um projeto desenvolvido "a mão", certamente será alvejado com palavras e murmúrios por seus alunos. Até pouco tempo atrás, a resistência era contra os softwares CAD - Computer Aided Design,(Desenho Auxiliado por Computador), os estudantes (ou pelo menos uma grande parte deles) "correm as léguas" de qualquer coisa que pareça um lápis e desenvolveram uma certa aversão à prancheta.

Atualmente, muitos profissionais que não se adaptaram ao "novo estilo de projetar" tentam resistir aos softwares de plataforma CAD. Muitos argumentam que os desenhos em CAD não são bem elaborados ou que o processo criativo é prejudicado, quando se cria no computador. Temos que admitir que um projeto feito "a mão" tem seu diferencial, mas caiu em desuso e praticamente é inaceitável pelo mercado. Já existe uma quantidade muito grande de profissionais que trabalham com maestria no computador, são "cadistas" muito eficientes e podem elaborar um projeto com um nível de detalhamento inimaginável há 25 anos atrás, quando surgiram os primeiros softwares CAD disponíveis no mercado.

Há muito que se agradecer ao desenvolvimento tecnológico na área de AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção), vide Frank Gehry, Norman Foster, Peter Eisenman, Zaha Hadid, os quais teriam muitos de seus projetos inviabilizados tecnicamente sem o auxílio de supercomputadores e softwares, que vão além do alcance da maioria de nós arquitetos, brasileiros e "normais". Sonhar sempre foi permitido, entre os arquitetos, porem seus delírios muitas vezes eram vetados por questões técnicas e literalmente os papéis e seus croquis tinham de ser amassados e "morriam" na lixeira mais próxima.

Quando acreditamos que estamos começando a dominar os softwares CAD, eis que surgem as ferramentas BIM - Building Information Modeling (Modelagem de Informações de Construção), ainda não muito difundidas no Brasil, que tornam tudo o que conhecemos de CAD obsoleto. Projetar está se tornando "construir virtualmente". Agora o projeto vem agregado de informações gráficas, numéricas e textuais. Projetar e modelar estão se tornando sinônimos.

A concepção de um projeto é individual e instranferivel, deve-se respeitar o universo criativo de cada um, pois somos livres para criar fisicamente ou virtualmente. Como arquiteto recém-formado (Todavia, trabalhando com o mundo digital há algum tempo), deixo um apelo aos professores de nossas universidades: "Não censurem a criatividade de seus alunos; não imponham um método de projeto; estimulem a criatividade de cada um; deixem livre a escolha das ferramentas; não deixem o papel "morrer", mas também não impeçam pixels e vetores de nascerem e tornarem-se em magníficas construções não-abstratas"

Bruno Tupinambá
Arquiteto e Designer estratégico

Fonte: http://www.portaldoarquiteto.com/blog/bruno-tupinamba/1591-a-morte-do-papel

domingo, 1 de agosto de 2010

Retrofit

Edo Rocha

Entende-se por retrofit a renovação completa de um prédio de arquitetura, ou seja, coloca-lo de novo em forma. A simples reforma de um andar de um edifício não pode ser considerado como um retrofit. Por que fazer um Retrofit ? - O edifício é um marco da arquitetura - O edifício está bem localizado - O edifício é um marco histórico para empresa - O Retrofit é mais rápido que a construção - Recuperação do Ativo Iimobiliário Para um projeto de retrofit é importante o julgamento das capacidades da estrutura do prédio, valor patrimonial e o valor agregado do retrofit. Em um retrofit deve-se pesar itens que são importantes, imprescindíveis, desejáveis e possíveis. Portanto uma matriz de desenvolvimento é prioritária no julgamento de um retrofit. Na maioria das vezes, é necessário, troca dos revestimentos da fachada (com substituição de caixilhos e vidros), troca dos equipamentos de ar condicionado, elevadores, shafts , facilidade de implantação de rede de cabeamento estruturado, distribuição de elétrica telefonia e dados, acomodação das tecnologias necessárias, etc. O ponto baixo do prédio deve ter uma estrutura que permita a acomodação das novas necessidades e instalações de novas tecnologias. Caso contrário, o prédio estará limitado a soluções obsoletas que não colocara-lo “on fit” para receber empresas que necessitem das instalações do office automation.

Fonte: http://www.arquitetura.com.br/colunas

Conforto Acústico - Um direito!

Vítor Litwinczik

Um dos grandes incômodos em condomínios é a briga entre vizinhos e um dos principais motivos é o barulho. Guitarra, animais domésticos e crianças estão entre os pontos que desarmonizam a integração entre os moradores de um prédio. Só que muitos desses problemas são de fato gerados pelo uso de materiais inadequados na construção dos apartamentos a fim de reduzir os custos da obra.

O que defende o consumidor numa situação dessas? Até agora, o comprador de um imóvel não tinha no que se amparar para, de um ponto de vista técnico, reclamar de problemas com ruídos. Pensando nisso, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) criou novas regras para regulamentar o conforto acústico em ambientes. A norma NBR 15.575, que está em vigor desde esse mês de maio, determina índices de desempenho mínimo para diversos critérios de conforto, entre eles o acústico.

Com essa norma, o morador saberá qual o desempenho acústico esperado para sua residência, antes mesmo da sua construção. Construtoras e fornecedores de materiais e soluções para construção civil deverão se atualizar sobre as novidades tecnológicas ou processos construtivos mais eficientes em termos acústicos. Mesmo a medida não tendo força de lei, ela poderá modificar a exigência dos consumidores, que atualmente procuram por uma moradia própria e desejam fugir dos chamados “prédios de papel”.

Para isso, os consumidores devem tomar consciência de sua importância no processo, que é o de cobrar a adequação das edificações à norma. É preciso que todos saibam que já tem amparo técnico para escolher um imóvel que não irá trazer dores de cabeça com barulhos. Exigir um certificado das construtoras para verificar se o empreendimento está de acordo com a norma é, enquanto cidadão, reconhecer que o conforto acústico é um direito.

Fonte: http://www.arquitetura.com.br/colunas

''Aqui há invenção'', disse Le Corbusier

Oscar Niemeyer

Somente em 1957 surgiu o problema da nova capital. JK me procurou na casa das Canoas e juntos descemos para a cidade. Queria construir Brasília, a nova capital do nosso país, e, como ocorreu em Pampulha, desejava a minha colaboração - a minha e de Marco Paulo Rabelo, que como eu o acompanhou, de Pampulha à inauguração daquela cidade.

Entusiasmado, JK contou-me que pretendia uma capital moderna, concluindo, empolgado, "a mais bela do mundo". E ficou combinado que eu procuraria Israel Pinheiro, responsável pela obra.

Na primeira viagem que JK fez ao local o acompanhei. Lembro o ministro da Guerra, o general Lott, a me perguntar: "Os prédios do Exército serão modernos ou clássicos?" E eu a responder: "Numa guerra, o senhor prefere armas modernas ou clássicas?" E ele sorriu com simpatia.

Foram três horas de voo; confesso não ter tido boa impressão do lugar.

Longe, longe de tudo, e a terra vazia e abandonada. Mas o entusiasmo de JK era tal, e o objetivo de levar o progresso para o interior tão válido, que acabamos, todos, com ele concordando.

A distância, a conveniência da presença de JK no local para manter o calor do empreendimento nos levou a pensar na necessidade de iniciar os trabalhos com a construção de uma pousada onde ele pudesse ficar nos fins de semana. Uma casa de madeira foi pensada. Fiz as plantas. Juca Chaves e Milton Prates comandaram a construção, e eu assinei uma promissória que, descontada num banco, permitiu realizar essa obra, depois conhecida como "Catetinho". Em quinze dias JK já a utilizava.

Era o seu refúgio da política, dos que contestavam a construção da nova capital, a conversar com os amigos, a discutir como seria aquela cidade, o seu sonho predileto. À volta da casinha um grupo de árvores - como um pequeno oásis - a distinguia na terra rasa e vazia do cerrado.

Lembro que a água vinha de uma caixa pendurada em uma das árvores, que o lugar de estar e de conversa era sob os pilotis, ao redor de uma longa mesa com bancos de madeira. E havia uísque e muita camaradagem.

Cedo, o nosso amigo Bernardo Sayão trazia de helicóptero os mantimentos necessários, e Brasília já estava no coração de todos nós.

Na sede do Ministério da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro, os trabalhos se iniciaram. Pouco depois, senti a conveniência de mudarmos para Brasília. E para lá segui com os meus colaboradores. Não pensava levar apenas arquitetos e convidei outros amigos - um médico, dois jornalistas e quatro camaradas que não cuidavam de arquitetura.

Estavam sem trabalho, eram inteligentes e divertidos, e compreendi ser o momento de ajudá-los. Eu não gostaria de passar as noites de Brasília a falar de arquitetura - para mim um complemento da vida, muito mais importante do que ela.

O problema do Plano Piloto se fazia urgente, e organizamos um concurso internacional. Inquieto, JK me propunha: "Niemeyer, não podemos perder tempo. Faz você o Plano Piloto." E eu não aceitava. Pensava, inclusive, que talvez o Reidy participasse do concurso. Era de todos nós, pela própria função que exercia na Prefeitura do Rio, o mais informado no assunto, mas isso não ocorreu, surgindo Lúcio Costa com seu talento excepcional.

Recordo como tentaram cancelar o concurso já por terminar, com o projeto do Lúcio se destacando. O presidente do IAB a procurar Israel Pinheiro, sugerindo nomearem uma comissão de urbanistas para elaborar um novo projeto. Israel disse que o assunto era comigo, e foi no Clube dos Marimbás, na presença do arquiteto João Cavalcanti, que declarei: "Da minha parte vocês vão encontrar todos os obstáculos." E o Lúcio foi o vencedor.

Era uma solução urbanística inovadora, os diversos setores independentes, a área habitacional ligada ao pequeno comércio e às escolas, o Eixo Monumental a lembrar com sua monumentalidade a grandeza de nosso país, e a Praça dos Três Poderes a completá-lo, debruçada sobre o cerrado como ele preferia.

E o plano se desenvolvia numa escala variada, humana ou monumental, que só um homem sensível como Lúcio podia conceber.

O primeiro projeto iniciado em Brasília foi o Palácio da Alvorada. Sua localização ainda não fora fixada pelo Plano Piloto. Não podíamos esperar. E lá fui eu com Israel Pinheiro a procurá-la, o capim a nos bater nos joelhos, pelo cerrado afora.

Elaborei o projeto. Um prédio em dois pavimentos. Destinava-se à residência do presidente e sua área de trabalho. E com tal apuro o projetamos que ambas se entrelaçam sem perderem a independência desejável. Recordo a larga varanda, sem peitoril, um metro acima do chão, protegida por uma série de colunas a se sucederem em curvas repetidas. Lembro André Malraux, ao visitar o palácio: "São as colunas mais bonitas que vi depois das colunas gregas." E elas a serem copiadas no Brasil, num prédio de correio nos Estados Unidos, na Grécia, na Líbia, por toda a parte. As cópias não me incomodavam. Tal como com relação à Pampulha, as aceitava satisfeito. Era a prova de que meu trabalho agradava a muita gente.

E o palácio sugeria coisas do passado. O sentido horizontal da fachada, a larga varanda protegendo-o, a capelinha a lembrar no fim da composição nossas velhas casas de fazenda.

Depois do Alvorada, começamos a estudar o Eixo Monumental e pela Praça dos Três Poderes iniciamos nosso projeto. Dela faziam parte, como fixava o Plano Piloto, o Palácio do Planalto, o do Supremo e o Congresso, este último localizado mais afastado da mesma. Um afastamento que espelhos d''água e renques de palmeiras justificavam.

Mas a ideia de que o Congresso deveria se integrar na Praça me preocupava, o que explica ter mantido a cobertura desse palácio no nível das avenidas, permitindo aos que se aproximassem ver, por cima dela, entre as cúpulas projetadas, a Praça dos Três Poderes da qual este fazia parte.

E com essa solução as cúpulas do Senado e da Câmara se faziam mais imponentes, monumentais, exaltando a importância hierárquica que no conjunto representam.

Lembro Le Corbusier, dizendo a Ítalo Campofiorito, a subirem a rampa do Congresso: "Aqui há invenção!" Eram as enormes cúpulas daquele palácio que o surpreendiam, pela ousadia inventiva que revelavam.

Ao desenhar os Palácios do Planalto e do Supremo, deliberei mantê-los dentro de formas regulares, tendo como elemento de unidade plástica o mesmo tipo de apoio, o que explica o desenho mais livre que para as colunas desses dois edifícios adotei. E os palácios como que apenas tocando o chão. Uma opção arquitetônica que Joaquim Cardozo, engenheiro e poeta, um dos brasileiros mais cultos que conheci, defendia, a dizer: "Um dia vou fazê-las mais finas ainda, de ferro maciço". O croqui inicial mostra, num corte do Palácio do Planalto, o tipo de estrutura que desenhei, mais rico sem dúvida do que aquele que uma arquitetura menos ousada teria preferido.

Nos dois prédios a seguir, o Palácio da Justiça e o Itamaraty, minha preocupação foi prever uma arquitetura mais simples, essa arquitetura elegante e repetida, fácil de ser elaborada e aceita pela grande maioria. Seria como um momento de pausa e reflexão para melhor compreenderem a arquitetura mais livre que prefiro.

A ideia de fazer uma arquitetura diferente me permite afirmar hoje aos que visitam a nova capital: "Vocês vão ver os palácios de Brasília, deles podem gostar ou não, mas nunca dizer terem visto antes coisa parecida". E isso se verifica na Catedral de Brasília, diferente de todas as catedrais do mundo, uma expressão da técnica do concreto armado e do pré-fabricado. Suas colunas foram concretadas no chão, para depois criarem juntas o espetáculo arquitetural. E vale a pena lembrar outros detalhes, com a arquitetura se enriquecendo, como o contraste de luz com a galeria em sombra e a nave colorida. E lá estão os anjos de Ceschiatti, e a possibilidade inédita, que muito agradou ao núncio apostólico, de os crentes olharem pelos vidros transparentes os espaços infinitos onde acreditam estar o Senhor. É o arquiteto a inventar sua arquitetura, que poucos, muito poucos, vão poder compreender.

Não foi fácil trabalhar em Brasília, e o projeto do Congresso Nacional serve de exemplo. Um trabalho elaborado sem programa, sem uma ideia de como se ampliaria o número de parlamentares. "Tudo a correr" era a palavra de ordem. Recordo como foi iniciado aquele projeto, Israel Pinheiro e eu indo ao Rio com o objetivo de dimensionar o antigo Congresso daquela cidade, para, multiplicando a área estimada e os setores existentes, iniciar os desenhos.

Tudo isso explica os prédios anexos depois realizados. Basta mencionar um deles, para avaliar as nossas dificuldades. Quando veio o parlamentarismo, o grande hall do Congresso ficou coberto de novas salas e gabinetes, pedindo uma solução. Aquele hall continuava indispensável e aquelas salas deveriam ficar junto do plenário. Eu queria defender a arquitetura do palácio, e a solução foi aumentar sua largura em 15 metros. A vista da Praça dos Três Poderes que do antigo salão se descortinava desapareceu, mas a arquitetura externa do Palácio foi preservada, e com tanto apuro que ninguém percebe essa modificação que, como arquiteto, sempre lamentei.

Felizmente o contato com deputados e senadores foi tão cordial e a atuação do meu amigo Luciano Brandão, secretário-geral, tão hábil que a obra do Congresso seguiu sem problemas.

Mais recentemente, desenhei três novos edifícios em Brasília - a Procuradoria Geral da República e os anexos do Supremo e do Tribunal de Contas da União. Prédios arquitetonicamente, a meu ver, importantes, mas, para alguns, de construção excessivamente dispendiosa. Recordo-me como os defendi. São prédios públicos; sei que meus irmãos mais pobres nada vão usufruir, mas, se forem bonitos e diferentes, vão parar para vê-los - será para eles um momento de surpresa e encantamento.

Como a própria vida, Brasília teve bons e maus momentos, e um dos melhores, que chegou a nos lembrar os tempos de JK, foi o do governador José Aparecido de Oliveira. Foi ele quem construiu o panteão, quem concluiu a catedral, a Praça dos Três Poderes, o Memorial Lúcio Costa, que, a meu pedido, nela realizou. Foi esse meu amigo que tentou melhorar as cidades-satélites, fazê-las mais acolhedoras e com isso defender um pouco o Plano Piloto da densidade demográfica que se multiplica.

O tempo correu. Pouco a pouco Brasília se foi consolidando em função do traçado de Lúcio Costa, das formas inesperadas que sua arquitetura assumiu, dando vida àquele planalto sem fronteiras, onde o céu parece maior.

Tudo isso me leva a recordar aqueles serões inesquecíveis que o nosso grupo passava na presença de um presidente possuído do maior dinamismo, mas capaz de guardar tempo para ver os amigos e, como outro homem qualquer, rir e brincar um pouco. Tarde, uma ou duas horas da madrugada, JK nos acompanhava na saída. E aí nos retinha, empolgado com a noite de Brasília. O céu imenso, cheio de estrelas, os palácios já erguidos a se destacarem com suas formas brancas na enorme escuridão de cerrado.

Mansamente, como a me dizer um segredo, JK tomava-me pelo braço: "Niemeyer. Que beleza!"


Fonte: O Estado de S.Paulo

Até que ponto estrutura ruim prejudica estudantes?

Roberto Machado

Embora importante, outros fatores são necessários para boa formação

"Quem faz a faculdade é o aluno". A frase chega a ser um clichê na boca de alguns estudantes. Frequentemente usada por alunos matriculados em instituições menos prestigiadas, a alegação é vista por muitos quase como uma justificativa para o fracasso na tentativa de ingresso numa universidade renomada, que tenha bons professores e além disso, infraestrutura de ponta. Mas até que ponto a boa estrutura pode dar vantagem aos estudantes universitários e de que forma um bom aluno pode ficar para trás se não tiver a sua disposição boas instalações? De fato é somente o aluno quem faz a faculdade ou as instalações fazem toda a diferença no processo de aprendizado?

Para Laeda Machado, coordenadora do curso de pedagogia da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), a infraestrutura de aprendizado é um conjunto entre espaço físico e capacidade do professor com seu envolvimento no tripé educacional universitário de ensino, extensão e pesquisa. "O professor deve criar mecanismos que incentivem o aprendizado dos alunos", diz ela. Segundo a coordenadora, além das atividades fora dos horários de aula, é preciso aproveitar da melhor maneira possível a sala de aula, lugar onde alunos e professores passam boa parte de seu tempo. Por esse ponto de vista, Leda afirma que deficiências estruturais podem afetar o rendimento dos alunos e dificultar o trabalho dos professores. "Por exemplo, passamos por uma onda de calor que atrapalha a permanência dentro das salas", explica a coordenadora sobre a dificuldade de lidar com um grupo de alunos das 8h às 12h numa sala sem ar-condicionado.

De acordo com o pró-reitor de ações afirmativas e assistência estudantil da UFBA (Universidade Federal da Bahia) Álamo Pimentel, um dos principais desafios das universidades depois do ingresso dos alunos é mantê-los na instituição. E é aí que a infraestrutura tem papel importante, já que Pimentel destaca a importância das atividades extraclasse. "A universidade deve transcender a sala de aula. É preciso organizar festivais de música, teatro e amostras de cinema, por exemplo", explica ele, que chama atenção para que haja constante comunicação entre alunos, professores e reitoria para manutenção do ambiente em ordem e melhora das possíveis falhas de estrutura. "Público ou privado, o espaço é sempre de todos, por isso é preciso respeitar e manter a reitoria informada sobre o que se deve fazer para melhorar o ambiente", acrescenta Pimentel.

Há educadores que defendem que a infraestrutura é fundamental em determinadas áreas. Helena Côrtes, professora da faculdade de educação e pró-reitora de ensino de graduação da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), usa como exemplo os cursos de Comunicação Social, Química e Engenharia, em que, segundo ela, o aprendizado prático é de extrema importância para os conteúdos procedimentais. "Não é possível aprender a nadar sem entrar numa piscina, por isso esse tipo de laboratório é tão necessário", exemplifica Helena. De acordo com ela, a necessidade de uma boa infraestrutura não termina apenas nos objetos específicos de cada área, ela cerca toda a universidade, desde a entrada até a saída e passa por áreas de lazer, alimentação e até sustentabilidade. É esse conjunto de fatores que Helena acredita serem capazes de potencializar o maior objetivo de uma instituição de ensino, o compartilhamento de conhecimento.

Em sala de aula

Dentro da sala de aula aspectos que podem parecer simples são os que fazem maior diferença na hora do aluno assistir as aulas. "A iluminação deve vir da esquerda, agir em parceria com a luz natural e a lousa possuir anti-reflexo", diz Helena, que explica que dessa maneira, além de consumir menos energia, também mantém o foco do aluno que não terá dificuldade na hora de buscar os pontos apontados pelo professor no quadro. Naquelas salas de aula onde o número de alunos é muito grande, o uso de microfones é outro ponto que facilita a comunicação entre professores e estudantes. Helena também acha importante o uso do ventilador, sejam eles de teto, ou ar-condicionado, além das carteiras ergonômicas. "No calor é imprescindível que haja ventilação na sala e carteiras que não prejudiquem a postura dos alunos", continua a professora.

Nas áreas comuns da universidade a educadora acredita que banheiros limpos, jardins, paisagismo e centros de coleta para resíduo reciclável também agem no lado social do indivíduo. "Sob o ponto de vista didático existe o favorecimento da aprendizagem pelo ambiente que permeia a sala de aula", afirma Helena. Esses aspectos, em parceria de um grupo de docentes capazes, pode parecer o suficiente para o aproveitamento de qualquer curso, mas a professora vai além. "Os professores devem ser capacitados para aproveitar da melhor maneira possível essa infraestrutura, mas isso não é tudo. Eles devem estar sempre centrados no lado humano da relação com os alunos. Estudar seus problemas para ajudar em seu aprendizado", declara ela.

Um exemplo que a professora usa para ilustrar como boas instalações deve ser aliadas a boas práticas são as visitas a bibliotecas. Ainda que sejam bem equipadas e de importância evidente, Helena adverte. "O professor não pode apenas direcionar o aluno à biblioteca, ele deve frequentar o ambiente com sua turma e trocar dicas de leitura para fazer parte do contexto", sugere ela, que destaca também o papel da alimentação e como o fácil acesso a áreas para esse fim podem contribuir para a boa performance estudantil. Segundo ela, a alimentação saudável também deve ser encarada com atenção pelas instituições. "As refeições devem ter o acompanhamento de um nutricionista para que sejam balanceadas, baratas e nutritivas. É uma boa opção para aqueles que se alimentam mal entre as aulas".

Internet

A rede mundial de computadores e a propagação do acesso têm sempre lugar de destaque quando o assunto é estrutura de aprendizado. Há consenso da importância dessa ferramenta no ambiente universitário. Mas em decorrência da facilidade e velocidade com que a informação chega para os estudantes, muitos acabam com a ilusão de que a internet ainda vai substituir o papel do orientador, e mesmo que seja uma ferramenta útil tanto para o aluno quanto para o pesquisador, Helena explica o problema dessa substituição irresponsável. "Vivemos na era da informação, mas ela, por si só, não é sinônimo de conhecimento", alerta. Para que esse tipo de tecnologia seja utilizada da maneira correta, a educadora acredita que é necessário um professor que mostre o melhor caminho para os seus alunos dentro do que é estudado. Isso porque, a perca do foco pode levar os estudantes para longe do aprendizado adequando em meio às muitas opções da rede.

Além da proximidade que deve existir entre professor e aluno na busca pelo conhecimento, Maria Amélia Sabbag Zainko, pró-reitora da UFPR (Universidade Federal do Paraná), acredita que o contato com obras culturais como livros devem vir antes do contato com o mesmo material virtual. "Os alunos precisam frequentar bibliotecas para compreender a diversidade de obras que a humanidade já publicou e o peso cultural que isso gerará para sua vida acadêmica e pessoal", diz ela.

Maria Amélia completa ainda que, independente do que o aluno pensa que o aguarda no Ensino Superior, o conhecimento está em constante mudança. Na sala de aula ele vai apenas receber mais uma dose disso, mas ele não deve pensar que sairá da universidade transbordando saber, ainda que a instituição seja privilegiada em termos estruturais. "A universidade não transfere um conhecimento acabado, esse é um processo que vai e deve acontecer por toda a vida", declara Maria Amélia.


Fonte: Universia

4% do valor do imóvel é suficiente para preparar o apartamento novo para morar

Quem já esgotou o orçamento ao comprar um apartamento novo deve lembrar que terá mais despesas pela frente: as do acabamento do imóvel para poder mudar. Ele costuma ser entregue com azulejos em cozinha e banheiros, pias, vasos sanitários e uma demão de tinta.

Equipá-lo, então, significa providenciar pisos, armários, pintura, persianas, iluminação, aquecedor e varal e fechar a área de serviço.

Para ajudar a conciliar essas obras com o dinheiro que sobrou, a Folha pediu a três profissionais que projetassem acabamentos para um apartamento de 83 m2, tamanho médio dos três-quartos lançados na cidade de São Paulo nos últimos 12 meses.

Os três orçamentos sugeridos variam de 4% a 42,5% do preço médio de um imóvel desse tipo (R$ 304 mil).

Armários para cozinha e quartos respondem pelos maiores gastos. Os modulares custam menos que os planejados. Todos devem ser comprados com ao menos um mês de antecedência, pois a entrega pode demorar. Em lojas de planejados, a espera é maior: 35 dias úteis, ao menos. Marceneiros pedem 90 dias para o serviço.

No projeto mais simples, a decoradora Helena Yazigi Solis gastou R$ 13.000. Optou por armários modulares e piso laminado em salas e quartos. Para economizar, escolheu modelo de aquecedor a gás que não permite dois banhos simultâneos.

Para o padrão médio, a arquiteta Silvia Bitelli orçou R$ 57.200. "Optei por madeira no piso dos quartos e porcelanato para o da sala."

Coube ao arquiteto Rodrigo Picolo o orçamento mais caro, com materiais sofisticados, como porcelanato em peças maiores em quartos, sala e cozinha. Os armários, de um marceneiro, têm acabamento de madeira e laca.

A reforma começa pelo posicionamento de pontos de luz e de água, diz Picolo. "O próximo passo são obras de alvenaria e de gesso. Dê a primeira demão de tinta, coloque revestimentos e instale luminárias e aquecedor. Após a camada final de tinta, fixe cortinas e espelhos."

Confira os orçamentos dos três projetos:



Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/775517-4-do-valor-do-imovel-e-suficiente-para-preparar-o-apartamento-novo-para-morar.shtml